O ciclone tropial "Pam" atingiu neste sábado (14) a à ilha de Vanuatu, localizada no pacífico Sul, próxima à Austrália, deixando mortos e muitos danos. O ciclone é um dos mais potentes registrados na região.
Um balanço provisório da ONU, ainda não confirmado, cita a possibilidade de 44 mortes, de acordo com a agência AFP. A Reuters cita possíveis "dezenas de mortos" de fontes ainda não oficiais. Até o momento se confirmou a morte de seis pessoas em Port-Vila, a capital da ilha e, segundo autoridades locais, 80% das casas ficaram danificadas, segundo a "Rádio New Zealand".
O ciclone cruzou a principal ilha de Vanuatu, onde vivem 65 mil pessoas, além de várias ilhas ao sul, com cerca de 33 mil habitantes.
"Ainda é muito cedo para afirmar com certeza, as primeiras informações indicam que esta catástrofe natural pode ser uma das piores na história do Pacífico", afirmou a diretora executiva do Unicef na Nova Zelândia, Vivien Maidaborn.
Destruição da ilha de Vanuatu após a passagem do ciclone Pam (Foto: REUTERS/UNICEF Pacific/Handout)
O balanço exato dos danos ainda é desconhecido, em consequência das limitadas comunicações na região após a passagem do ciclone, que atingiu a categoria cinco, a máxima para este tipo de tempestade, com ventos de até 320 km/h, de acordo com a AFP.
"O cenário nesta manhã é de absoluta desolação, as casas estão destruídas, as árvores derrubadas, as estradas estão bloqueadas e as pessoas caminham pelas ruas em busca de ajuda", disse o voluntário Tom Skirrow, da organização Save the Children, na capital de Vanuatu, Port Vila.
Na sexta-feira (13), autoridades do país haviam ordenado o fechamento de escolas, mercados e escritórios governamentais e pedido às pessoas evitassem se aproximar dos rios.
De acordo com várias organizações humanitárias, a capital Port-Vila teria sofrido uma "destruição completa" com a passagem do ciclone, que varreu o arquipélago com ventos de até 340 km/h, segundo a emissora australiana "ABC".
O porta-voz do Escritório Nacional de Gestão de Desastres, Mishaen Lulu Garae, disse a Rádio "New Zealand" que o ciclone destruiu casas, prédios públicos e várias infraestruturas, inclusive parte do principal hospital, em Port-Vila, onde vivem 40 mil pessoas.
Passagem de ciclone por Vanuatu deixa mortos (Foto: Reuters/Unicef Pacific)
Após afetar a região norte e central de Vanuatu, Pam estava a cerca de 175 quilômetros ao sul de Tanna, no sul do arquipélago, à meia-noite, e se deslocava cerca de 32 km /h para o sul, segundo o serviço meteorológico de Vanuatu.
Charlie Damon, da organização Care International, afirmou à AFP que prédios ficaram destruídos e que muitas pessoas buscaram refúgio nos abrigos, que ficaram inundados, o que deixou muitas vítimas nas ruas.
De acordo com a Cruz Vermelha, na região sul do arquipélago os moradores buscaram refúgio em cavernas e outras áreas naturais.
"Estamos muito preocupados com a segurança e o bem-estar de dezenas de milhares de pessoas após a passagem de um dos ciclones mais intensos a atingir na história qualquer país do Pacífico", disse o diretor dos programas de ajuda internacional da Cruz Vermelha na Austrália, Peter Walton.
Presidente pede solidariedade após ciclone
O presidente de Vanuatu pediu neste sábado ações de solidariedade internacional depois que o ciclone varreu seu arquipélago.
"Faço um apelo em nome do governo e do povo de Vanuatu à comunidade internacional para que nos dê sua ajuda para fazermos frente a esta calamidade", declarou Baldwin Lonsdale, em um discurso durante a conferência das Nações Unidas sobre Prevenção de Desastres Naturais realizada na localidade japonesa de Sendai.
Morador caminha entre escombros em Vanuatu, no Pacífico Sul, após destruição pelo ciclone Pam (Foto: REUTERS/UNICEF Pacific/Handout via Reuters)
Moradores observam a destruição em Port Vila, capital da ilha de Vanuatu, após a passagem de um ciclone neste sábado (14) (Foto: REUTERS/UNICEF Pacific/Handout via Reuters)