Texto na íntegra.
Fonte: Lista de Discussão Grupo Brasil de VHF e UHF - DX
Tenho lido todo o material que tem sido postado sobre o Power Line
Communications, o nosso já muito bem conhecido e debatido PLC.
Notei também que a primeira pretensão é se "experimentar" o sistema,
partindo dos estados do norte e do nordeste, onde as dificuldades
energéticas são maiores.
Como sou aposentado de uma Cia. Energética aqui de MInas Gerais
(CEMIG), venho de dentro do sistema energético e me lembrei de algo
que a CEMIG iniciou no ano em que eu estava me aposentando, por isso
não cheguei a me "enfronhar" neste projeto que citarei mais ao final
desta mensagem.
Fiz alguns contatos telefônicos, com amigos que continuam trabalhando
na empresa, principalmente nos Departamentos de Linhas de
Transmissão, Linhas de Distribuição, de Proteção e Controle e da área
de telecomunicações, que foi a área onde trabalhei os últimos 10
anos antes de aposentar.
Ao final destes contatos telefônicos, fiquei profundamente satisfeito
com os resultados, e ainda mais orgulhoso da concessionária de
energia elétrica onde trabalhei por tantos anos (desde 1977), até me
aposentar em dezembro de 1998.
Agora vamos ás informações, que eu presumia, mas não sabia em que pé
estavam, e que me mostraram como uma empresa pode se destacar em
termos de visão empresarial:
Em janeiro de 1998 (me aposentei em dezembro deste mesmo ano), a
CEMIG deu início a um projeto experimental de implantação de uma
malha de cabos de fibra ótica junto com a rede de distribuição de
energia elétrica.
Iniciou este projeto piloto em alguns bairros de Belo Horizonte, para
verificação da viabilidade técnica e principalmente da viabilidade
econômica.
O projeto consistia no seguinte:
Todos os cabos de distribuição de energia em alta tensão, que aqui em
Minas Gerais segue um padrão (CEMIG) de serem em 13,8 kV, são cabos
de alumínio, com bitola de 4/0 para maiores seções e são construídos
por diversos condutores de alumínio, enrolados sobre um fio central
de aço, chamado "alma de aço" oqual existe para dar maior resistência
mecânica ao cabo, pois sabemos que o alumínio, quando tensionado, ou
sobre efeito do calor tende a se distender, o que alteraria a flexa
entre as posteações, podendo com isso levar a ocorrência de falhas e
acidentes.
Ocorre que alguma mente brilhante, dentro do departamento de controle
e apoio técnico da CEMIG, teve a feliz idéia de planejar um cabo de
distribuição de energia, com esta "alma de aço", ôca (tipo um tubinho
de aço) preenchido por um cabo de fibra ótica( tecnologia onde o
Brasil tem liderança mundial).
Esta projeto foi apresentado a diversos fabricantes de cabos no
Brasil, e entre eles a CEMIG conseguiu que o mesmo fosse fabricado e
fornecido para esta experiência.
As pretensões da firma eram, com isso, ir substituindo, lentamente,
toda a malha de distribuição de energia, por estes cabos, para assim,
após alguns anos, ter uma malha de fibra ótica fechando todo o estado
e desta maneira, ter aquilo que ninguém teria no futuro ou se
pretendesse montar teria de gastar muita grana e ainda assim, teria
de pagar comodato pela utilização dos postes que a empresa já possui
distribuídos por todas as cidades do estado.
Bem, meus amigos, ocorre que nestes meus contatos telefônicos, fui
informado que este projeto piloto se constituiu num sucesso, foi
expandido para outros bairros de Belo Horizonte e hoje, 10 anos após,
já cobre mais de 70% de todo o estado.
Com base nesta malha, a CEMIG criou uma outra firma, sob seu
controle, chamada "INFOVIAS", a qual atua na área de fornecimento de
internet e TV a cabo que já atua em toda Minas Gerais.
Aqui mesmo em Barbacena a "INFOVIAS" distribui Internet e TV a cabo
pela cidade.
A tal "INFOVIAS" já apresentou suas pretensões de entrar também no
ramo de telefonia fixa, mas tem esbarrado nos "trâmites legais" com
que o sistema é administrado no país.
Estes nosso políticos devem ficar loucos quando uma concessionária de
energia elétrica pretende entrar no sagrado (e mais lucrativo
mundialmente) mundo da telefonia brasileira.. .
Com isso, meus amigos, aqui em Minas Gerais, a possibilidade de se
implantar um sistema de distribuição de sinais através da rede
elétrica, praticamente não existe, pois a CEMIG, já possui uma malha
de fibra ótica que cobre grande parte do estado e como sabemos a
distribuição de sinais através de fibra ótica é de muito maior
qualidade e com maiores possibilidades.
Como eles iriam tentar implantar algo que já existe, e a muitos anos,
sem interferir no espectro de RF, tal como ocorre com o sistema PLC ?
Os cabos de fibra ótica instalados, são shieldados/isolados (com malha
coaxial ) e permitem a transmissão de um grande número de canais, e
sabemos que mesmo dentro de um canal físico pode-se transmitir
diversos canais de dados em freqüências diferentes. U cabo oferece
vemos o que a visão empresarial pode realizar.
Hoje eu fiquei extremamente orgulhoso da empresa em que trabalhei por
tantos anos...
Sempre vi a qualidade de seu quadro técnico como seu maior hand-Cap
e sempre verifiquei a liderança que apresenta no quadro energético
brasileiro, mas não imaginava que ela iria me dar esta alegria...
É pessoal...este tal de PLC, pode até pegar em outros estados, mas
aqui em Minas Gerais será praticamente impossível...
Um abraço a todos,
Adalberto Marques de Azevedo
Barbacena - MG
Membro do DX Clube do Brasil
www.ondascurtas.com
Membro da Lista Radioescutas
www.radioescutas.com
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